Anonymous lidera ativismo digital nos protestos, diz estudo

Nem movimento pela tarifa zero nem partidos, sindicatos ou políticos. Os responsáveis pelos maiores focos de atividade no Facebook nos dias-chave dos protestos de rua em junho foram os integrantes da rede de ativismo digital “Anonymous”.
A conclusão é de um estudo feito pela empresa InterAgentes, do cientista social Sérgio Amadeu, doutor em ciência política pela USP e ex-presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia de Informação), autarquia vinculada à Casa Civil da Presidência.
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Esses internautas, que se identificam apenas por apelidos e usam máscaras inspiradas no filme “V de Vingança” (2006), dominaram os “nós de relevância” no tráfego do Facebook nos dias 13, 17, 18 e 20 de junho, quando centenas de milhares de pessoas foram às ruas.
“Os ‘Anonymous’ tiveram relevância na disseminação das informações e na articulação da solidariedade ao que era o movimento inicial pela redução das tarifas e contra a Copa. Eles foram decisivos”, disse Amadeu.
A pesquisa começou com a cópia de mais de 500 mil comentários e mensagens abertas ao público postadas na rede social e que continham cerca de 50 expressões-chave, como “protesto” e gritos de guerra dos manifestantes.
A massa de dados foi então interpretada pelo software de visualização de dados Gephi.
O programa apontou os perfis que se tornaram “nós” dominantes, isto é, receberam maior atenção em comentários, compartilhamentos de informações sobre os protestos e convocações para as manifestações de rua.
Foi estabelecido um ranking com os cinco maiores “nós” de cada dia. Dos 20 listados, 12 traziam a bandeira “Anonymous”.
O nó “Passe Livre São Paulo” apareceu apenas em um dia, 13, quando a polícia reagiu com violência à marcha em São Paulo. Depois, desapareceu dos cinco primeiros lugares de maior relevância.
POLÍCIA
O protagonismo virtual dos “Anonymous” nos protestos de rua também já chamou a atenção, segundo os “anons”, da Polícia Federal.
Os ativistas divulgaram, na semana passada, um vídeo, em que declaram estar passando por uma “repressão política”.
A gravação afirma que a PF “tem realizado visitas nos lares de alguns membros de nossas mídias sociais para interrogá-los sobre atuações e pensamentos, na tentativa de intimidar e enfraquecer a nossa luta”.
Procurada, a assessoria da Polícia Federal informou que não poderia se manifestar sobre “algo que não se sabe se ocorreu” e disse não poder confirmar, nem desmentir, a existência de investigação sobre os “Anonymous”.
Fonte: youpix

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